A morte súbita relacionada ao exercício e ao esporte
(MSEE) pode ser definida como a morte que ocorre de modo
inesperado, instantaneamente ou não. Uma outra definição
utilizada seria a da morte que ocorre de 6 a 24 horas
após prática de uma atividade físico-desportiva(1,2). A MSEE
tende a gerar grande repercussão nas diversas formas de
mídia, especialmente quando ocorre em atletas profissionais
que são considerados verdadeiros modelos de saúde.
Apesar disso, felizmente, a MSEE é um evento raro e essa
informação deve ser levada em consideração dentro do contexto
dessa diretriz, para analisar as informações de risco
relativo baixo ou alto.
Abaixo dos 35 anos de idade, as causas mais freqüentes
são as cardiopatias congênitas, sendo a cardiomiopatia hipertrófica
a mais prevalente. Acima dos 35 anos, a doença
arterial coronariana (DAC) é a causa mais comum. Wever(3)
estima que cerca de 90% das vítimas de MS possuam cardiopatia
conhecida ou não diagnosticada. Assim, na maioria
dos casos, a MSEE ocorre por causas que podem ser
detectáveis através de um exame clínico e de exames complementares
e, conseqüentemente, muitas vezes a MSEE
é um evento que pode ser evitado. A estratégia fundamental
para sua prevenção é a realização de uma avaliação médica
pré-participação específica para indivíduos envolvidos
na prática sistemática de exercícios e, sempre que possível,
uma boa infra-estrutura do ponto de vista médico nos
locais de treinamento e competição para um pronto-atendimento
em situações emergenciais, incluindo a parada cardiorrespiratória.
Esses são os principais escopos dessa Diretriz
da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte sobre
Morte Súbita no Exercício e no Esporte.